terça-feira, 14 de outubro de 2008

Complementando

Jânio viu um programa diferente do que eu vi. Talvez ele estivesse, na verdade, assistindo ao Bate Bola Mesa Redonda, na ESPN Brasil, ou ao Bem Amigos, na Sportv. No programa que eu assisti, por exemplo, Josimey e Tácito se esforçaram o tempo todo para trazerem a discussão para a questão da ética e Marcos Aurélio se esforçou por partidarizar o debate. Sérgio ainda trouxe outros pontos relacionados à temática, como o piso salarial no RN e a necessidade que têm os colegas de dividirem seu tempo entre assessorias e redações, misturando as estações. No programa que eu vi apenas Alex Galeno é petista. E, apesar disso, emitiu opiniões extremamente fundamentadas nos conceitos das ciências humanas e sociais, enquanto Marcos tentou, na sua luta por partidarizar e desqualificar o debate, afirmar suas verdades (na sua atitude de único dono da verdade, manifesta nas expressões modalizadoras: Não é assim, isso não existe, o professor Traquina está errado) fundadas unicamente no senso comum e no achismo à direita. Aliás, uma direita que adoraria encontrar a realidade do fim da história, sonho neoliberal de 1989 que tem seus últimos resquícios derrubados em nossos dias.
É tão óbvio que direita e esquerda ainda existem que nem vale a pena expor mais fraquezas do proprietário do Jornal de Hoje aqui.

P.S.: Marcos Aurélio disse umas coisas na coluna de hoje do seu jornal que podem ser respondidas ao nos lembrarmos das tantas histórias que conhecemos das orientações de pauta do JH (fazer uma matéria para atacar fulano ou defender beltrano). Relatos sobre isso já foram publicados, inclusive.
Mais uma vez ele tenta desqualificar o debate sobre ética tentando fazer dele um enfrentamento político-eleitoral. Jornalista e jornal ter lado não é problema nem é anti-ético. Mas essa não foi a postura do JH porque houve um enviesamento das matérias em favor da borboleta, não se assumiu oficialmente uma posição, mas, no entanto, colunista (s) era reconhecido marqueteiro da campanha da borboleta e o dono foi parte do círculo íntimo que comemorou sua vitória. Ali, a opinião que democraticamente tem seu lugar nos espaços públicos extravassou, anti-eticamente, para o espaço da informação, com opiniões sendo vendidas como se notícias fossem.

P.S.: Marcos disse que não houve retificação a qualquer matéria no período eleitoral. Mentira. O JH "acusou" o PC do B de participar do protesto contra a Operação Impacto, que paralisou a Rio Branco na semana da eleição. Noticiou inclusive que o partido havia incendiado o Centro da cidade, expondo uma bandeira do PCB como se fosse do PC do B. A notícia foi retificada após o presidente do partido, Antenor Roberto, visitar a redação do jornal. Retificada em termos, vale dizer, já que a nota retificadora ainda achincalhava, de forma irônica, os comunistas do PC do B.

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