terça-feira, 30 de setembro de 2008

Pesquisa

Um pesquisador de um instituto entrou em uma casa da zona norte de Natal semana passada. Quando todos os eleitores da casa - quatro pessoas - declararam voto na adversária da borboleta, o pesquisador se desculpou, disse que não poderia realizar ali a pesquisa e foi embora. E aqueles quatro votos não foram contabilizados na pesquisa em questão.
Segundo Dário Barbosa, algumas entrevistas foram feitas por telefone, no formato de tracking. Além disso, os institutos de pesquisa costumam errar bastante em seus prognósticos em Natal. Dá para acreditar nesses números?

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Atitudes de campanha

Em um determinado momento da campanha discutia-se a capacidade de a adversária da borboleta conseguir recursos federais para Natal. O deputado José Dias apresentou na Assembléia Legislativa planilhas mal analisadas que dariam conta de que a adversária não dispussera de qualquer recurso para o Estado nos últimos anos, mas, ao contrário, havia beneficiado dois municípios paranaenses. Polêmicas à parte, a borboleta mandou uma jornalista acompanhar uma movimentação de campanha da adversária, perguntando-lhe se a adversária renunciaria. Seu objetivo, manifestamente, era ser agredida pelos militantes adversários. Queria provocar um escândalo e prejudicar a campanha da adversária. O estrago foi grande. Tanto que os coordenadores de campanha se apressaram em dizer que a réporter faria a mesma pergunta a todos os outros adversários. Coisa, aliás, que nunca aconteceu.

domingo, 28 de setembro de 2008

Como melhorar o mundo, segundo a borboleta

No debate da Band, segundo da campanha municipal deste ano em Natal, a borboleta informou que decidiu entrar na política por entender que não há outra forma de se lutar para melhorar o mundo.
Isso é um desrespeito, primeiro, a cada cidadão que, na sua luta diária, sonha estar fazendo melhor o seu mundo, da sua família, da sua cidade. Depois, ela esquece que a mudança principal que vem ao mundo nasce dos movimentos sociais organizados, da sociedade civil. Os políticos e a política precisa ser confrontada pela sociedade todos os dias para que possa ser um dos muitos instrumentos de possível luta social e labuta pela transformação do mundo.
É reducionismo histórico e social imenso afirmar que só a política tem a capacidade de mudar o mundo.
Mais uma fraqueza daquela que, dizem as pesquisas, será nossa futura prefeita. Uma pena para a cidade do Natal.

Propostas

A borboleta tem feito uma campanha discursivamente interessante, esteticamente bonita, mas não apresenta quaisquer propostas. Se você vai até o seu site, não encontra qualquer link para uma sequer proposta. Isso mesmo. A borboleta, sem conteúdo, está ganhando uma campanha sem apresentar quaisquer propostas. Qualquer uma que seja. Futuro tenebroso reservado à cidade do sol.

II Guerra e o saneamento de Natal


Um dos momentos históricos mais importantes do Rio Grande do Norte foi a segunda guerra mundial. Após uma tensa negociação entre o governo norte-americano e a ditadura simpática ao facismo de Vargas, sob a condição do financiamento à CSN em Volta Redonda (RJ), Vargas e Roosevelt se encontraram em Natal para firmar a entrada do Brasil na Guerra. Uma base aérea foi concebida em Parnamirim, doze quilômetros do centro da capital. Lá, a população de soldados norte-americanos foi, em alguns momentos, maior que a população de Natal. A presença dos americanos modificou costumes, alterou a linguagem, a cultura e as relações entre os natalenses. Agora, por exemplo, todo rapaz em Natal é boy. Sua namorada é sua boy também. Natal foi escolhida por fazer parte de uma conhecida rota aérea ligando os continentes africano e americano, sendo o ponto mais próximo da África na América do Sul.
Pois bem. Um dos momentos mais estranhos da campanha eleitoral ocorreu quando a borboleta verde afirmou que a escolha de Natal se deu por causa do grau de saneamento básico que a cidade apresentava na década de 1940.
É essa a futura prefeita de Natal, segundo indicam as últimas pesquisas. Mas o jogo ainda não foi jogado. Espero que Natal ainda possa ser salva desse desastre intelectual.

Quem a apóia?

Nas discussões posteriores à passagem do presidente Lula em Natal, os aliados da borboleta soltaram algumas pérolas. Os deputados José Dias, Getúlio Rego, Luiz Almir e Leonardo Nogueira chamaram o presidente, que no comício falou umas verdades sobre a postura política reacionária do senador José Agripino, de anti-cristo e de embriagado. Parte da imprensa potiguar, ligada a esse grupo da reação, passou a repercutir as opiniões expressas pelos deputados e achincalharam o nome do presidente da República. Jogo mais baixo, jamais confrontado pela borboleta. Que, aliás, contraditoriamente continuou afirmando sua pertença à base do presidente Lula. Afirmou na tevê ter votado nele, mas foi desmentida por notas jornalísticas do período eleitoral de 2006, mostrando que ela votara em Heloísa Helena e Alckmin. Tentando remediar, procurou Anna Ruth para dizer que havia votado em HH no primeiro turno e em Lula, "por ser a melhor alternativa no momento". Quer dizer, se votou, não votou por convicção partidária ou ideológica. O que, no mínimo, significa que não é uma entusiasta defensora do governo. De noite, na presença do povo, é lulista. De manhã, agripinista e demoníaca.
Por isso, ao ser procurada pelos deputados dos partidos apoiadores de Lula, em 2006, deu um não à proposta de declarar apoio ao presidente. Prefere os poderosos reacionários da estirpe de Almir, Dias, Agripino, João Maia e Robinson Faria, ao povo.

Quem é a borboleta?

Ela é filha de um senador. Conhecido por seu estilo populista-escatológico, tendo conseguido a proeza de expor um amputado em um programa eleitoral com os fins - não atingidos, diga-se de passagem - de eleger sua esposa. Aliás, o senador "ïlustre" recebeu a concessão de canal de televisão que agora serve à família porque abafou as investigações do caso Riocentro, em 1981, no Congresso Nacional. Serviu à ditadura com brilhantismo, construiu assim uma senhora empresa de comunicação que está ajudando a borboleta - que tem de conteúdo máximo o brucutu do marido dela - a ser eleita prefeita de Natal. Meus botões de caçador de borboletas me insinuam que serão quatro anos de sofrimento para o povo da cidade e quatro anos de alegria para os seus barões.
Esqueci de dizer que quem fez a borboleta alçar vôo foi o senador do demo, José Agripino. Aquele mesmo que cresceu sob os auspícios de um regime de exceção e quiz posar de honesto e reto nos últimos anos, até tecendo regras de como não deveria ter sido o comportamento da ministra Dilma sob tortura. Ah! como foi bom ter ouvido a resposta da ministra. Ah! como me envergonho de ser conterrâneo de José Agripino, mais conhecida como a Galega do Alecrim.

Caçador de borboleta

A partir de hoje, me assumo como caçador de borboletas. Não me lembro de já ter caçado alguma. Acho que na minha infância, nos dias de aluno do Colégio das Neves. Entendo pouco dessa profissão. Mas entendo um pouco de jornalismo. E é isso que quero fazer aqui. Caçarei borboletas com a minha profissão. Qualquer informação que me leve a pegar alguma borboleta, será muito bem vinda. É isso aí. Estamos na área.