domingo, 26 de outubro de 2008

2010

Estão dando como certa a recomposição do Acordão 2006, com Rosalba disputando o governo do Estado e Garibaldi e José Agripino o senado. Articulação da galega do Alecrim para tentar salvar o mandato. É bem possível que essa recomposição tenha lugar e efeito em 2010. Porém...
A eleição de 2010 é bem diferente daquela disputada esse ano. É nacional e tem verticalização. Hoje, por exemplo, o PMDB é forte candidato a indicar o vice - ou mesmo a cabeça - de uma chapa governista para a Presidência da República. Os partidos aliados deram uma surra nas urnas sobre a Oposição. Caso PT e PMDB se aliem em 2010, com a junção do Bloco de Esquerda (PSB, PC do B e PDT), o sonho de consumo de Jajá naufraga antes de deixar o porto. No máximo, o PMDB lançaria uma chapa puro sangue, com apenas um candidato ao Senado, e os demos fariam o mesmo. Mas aí viria o grupo de Wilma, que ainda pode ter fortes nomes ao seu lado para a chapa majoritária: João Maia, Robinson Faria, Carlos Eduardo. Isso se João Maia e Robinson não partirem para carreira sozinhos. Poderia ser algo assim: Robinson (ou Carlos Eduardo) para governo, João Maia e Wilma para o Senado - com o apoio da base aliada.
Um outro cenário possível e mais problemático seria o Bloco de Esquerda lançar a candidatura de Ciro Gomes, tendo Aldo Rebelo como vice. Aí Wilma não poderia compor com o PT, que teria de lançar candidatos isoladamente e trabalharia unicamente para eleger a governadora ao Senado e garantir os mandatos de Fátima e Mineiro. Nesse caso, Carlos Eduardo poderia saltar no barco petista, como já foi cogitado. Mas tirando essa possibilidade, seriam candidatos Rosalba, Carlos Eduardo (que ainda lidera as intenções de voto, é bom lembrar), Robinson e um nome do PT. Nesse cenário, ainda não vemos os tucanos - que deveriam compor com os demos ou partir em vôo solo, só para constar.
De todo modo, tentar antecipar agora as recomposições e composições para 2010 é temerário e prematuro. E se a borboleta quiser alçar vôos estaduais? E o PV, fraco nacionalmente, estiver aliado ou a Dilma ou a Serra (provavelmente a Dilma)? Ela arriscaria uma candidatura puro sangue, para enfrentar os padrinhos?
Perguntas demais, cedo demais.

Um comentário:

Gustavo Lucena disse...

Daniel Dantas, infelizmente, a partir de 2010 a regra da verticalização não mais prevalecerá, pois ainda em 2006, foi promulgada a EC n. 52/06, que desobriga as coligações a nível nacional de serem repetidas a nível regional.

Essa Emenda Constitucional é uma tremenda aberração jurídica, pois vai de encontro a outro princípio consagrado na CF/88, o do caráter nacional dos partidos políticos.

É um caso raro de dispositivo consagrado na Constituição que é inconstitucional (Alguns entendem que o instituto da reeleição também é inconstitucional).

No entanto, ainda há tempo para se impugnar tal norma constitucional no STF.