sábado, 25 de outubro de 2008

Análise

O professor Marcos Aurélio de Sá foi profundamente questionado durante o período eleitoral acerca da postura de seus dois jornais, que teriam tomado partido de uma das candidatas - que, afinal foi eleita. Em momento algum, no entanto, o professor ou seus jornais foram explícitos quanto a essa questão. Isso gerou intensa controvérsia, reforçada pelo fato de Marcos ser professor de ética jornalística. A postura da mídia em geral foi posta em xeque por camada relevante da intelectualidade natalense.
A análise a seguir comprova as acusações. E piora a situação do professor. Em primeiro lugar, ele disse em público, no Grandes Temas da TV-U, que o jornal dele foi imparcial. Disse, em segundo lugar, que os espaços conseguidos pela borboleta foram fruto de bom trabalho da sua assessoria. No entanto, o trabalho de assessoria, se tivesse existido, não foi o causador da intensa adjetivação, nas capas, em favor da borboleta. Adjetivação é um traço considerável da subjetividade do autor do texto - repórter, editor ou proprietário -, traduzindo assim fortemente a intenção e a opinião do jornal.
Mas não é a primeira vez na história do país que um fato assim tem lugar. Um exemplo clássico, redundante, e estudado exaustivamente na pesquisa universitária e nas mesas de bar, foi a forma como, ao longo do tempo, a Veja construiu a imagem de Fernando Collor (desde a clássica capa que o apelidou de Caçador de Marajás), contribuindo decisivamente, junto aos formadores de opinião, para sua eleição à presidente da república. Tanto Veja quanto Marcos Aurélio defendem os interesses dos mesmos grupos econômicos. Isso Marcos não nega, como deixou claro esta semana ao receber homenagem da Fecomércio: "Fiquem certos todos de que os nossos jornais estão prioritariamente dispostos a continuar defendendo a causa dos senhores, agentes da livre iniciativa, responsáveis diretos pelo custeio da nossa pesada máquina pública, tão desvirtuada e vilipendiada, mas que sempre encontra defensores ferozes, a maioria deles voltados 24 horas por dia apenas para a busca de privilégios e de meios que permitam a exploração ainda maior das classes produtoras e dos contribuintes em geral."
A diferença entre os Civita e Marcos Aurélio é que este último, sem fundamentação conceitual, teórica ou prática, ensina ética jornalística na UFRN há, como ele gosta de dizer, 33 anos. E a diferença entre este momento e o da Veja em 1989 é que, agora, nós podemos contradizer Marcos Aurélio quase de imediato, graças às vantagens da cibercultura internética.
De forma mais prosaica, Marcos tropeça até em pecadinhos. Como acusar, em sala de aula, o presidente Lula de ter estado "extremamente embriagado" no comício da Zona Norte - por que não publicou isso em sua coluna?
Outro tropeço menor, por exemplo, se deu ao afirmar em um editorial no JH Primeira Edição que, no período eleitoral, o jornal jamais teve de retificar qualquer notícia dada. Mentira. Na primeira página de 01/10, o JH publicou: "Militantes do PC do B ateiam fogo na principal via do centro". Após a visita do presidente do partido, Antenor Roberto, o Jornal teve que se desmentir, uma vez que a manifestação não foi de militantes do PC do B.

3 comentários:

Unknown disse...

http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=211971&tid=5260996906506919301

no topico dessa comunidade (link acima) nós, meros cidadãos, debatemos a sua falta de ética e questionamos os seus interesses. faça-nos uma visita.

tete bezerra disse...

Quero parabenizar o blog,e dizer que já pegou,conheço várias pessoas que o acessam todos os dias!

chuva fina é que é bom disse...

Frequento a comunidade rn politica,o nome desse cara que escreveu o 1 comentário é Renato Souza,primo da borboleta.Ao contrário do que ele afirma,seus textos são colocados lá por Francisca milka provocando bons debates,eles, a patota da borboleta,ficam furiosos porque na visão deles a borboleta é um anjo de pessoa,ética,preparada e seu blog diz exatamente o contrário,é sem conteúdo e nos preparemos,vai ser o governo mais corrupto da história de NATAL.