quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Editorial

E o JH saiu com editorial! Momento histórico.

Esse editorial nos mostrou algumas coisas.
Uma primeira é que se o professor Marcos Aurélio tivesse se atualizado e investido em sua formação acadêmica teria o mínimo de conhecimento acerca dos estudos de enquadramento, baseados na obra de Erving Goffman. Nem adianta expor para ele explicações sobre a carga valorativa (portanto, ideológica) das palavras e das escolhas por cada palavra. Ele acha que não existe ideologia e, portanto, não entende que ela nos envolve em uma realidade social construída pelos sujeitos sociais. Desse modo, por exemplo, ao escolher a palavra acordão, em vez de aliança, assume-se um significado pretendido e uma proposta ideológica, enquadrando de maneira negativa a candidatura da deputada Fátima Bezerra. Quem muito sofre com isso no dia a dia é o MST que vê suas ocupações serem valoradas ideologicamente com a palavra invasão. Isso é enquadramento. Jornais sérios do país tomam o cuidado de explicitamente afirmar que alguns termos foram utilizados por A ou B, eximindo-se da responsabilidade de enquadrar, assim, os atores sociais em cena.
Outra coisa interessante de se notar na postura do professor Marcos Aurélio é que ele tem tido coragem de afirmar em sala de aula coisas que não colocaria em seu jornal. Porque sabe que acusações sem provas valem processos, uma vez que ferem uma ética social convencionadas em códigos legais. Assim, na sexta-feira passada Marcos disse que o presidente Lula estava extremamente embriagado no comício da Zona Norte. Mas ele não tem como provar isso e, sabendo-se passível de um processo por injúria, não publica tal acusação em seu jornal. Mas, desse modo, anti-eticamente atua na formação de nossos futuros profissionais de comunicação.
A terceira coisa que eu quero destacar no editorial de hoje do JH é que Fátima Bezerra, o PT e todas as demais oposições à prefeita eleita podem ocupar o espaço que até então foi utilizado pela borboleta, já que Marcos afirma que o compromisso do JH é dar espaço às minorias, às oposições. Aliás, ele disse no Grandes Temas que o jornal dele é naturalmente oposicionista. Desse modo, acredito, era hora de o mesmo dar espaço em suas linhas e colunas a todas as críticas e oposições à futura prefeita. É hora de os derrotados na eleição assumirem a condução da pauta política do JH.
Por fim, quero dizer que não sou um blogueiro ensandecido, profissional de jornalismo que jamais conseguiria espaço em veículos de imprensa. Eu, graças a Deus, não preciso labutar no jornalismo diário e sofrer com a merreca de piso salarial que o professor Marcos e os outros donos de jornais, tevês e rádios em Natal pagam aos seus empregados. Sou jornalista sim, com orgulho. Pesquiso comunicação na academia. E tenho um emprego que me permite liberdade e independência de posição ética, ideológica e política.

2 comentários:

Gustavo Lucena disse...

To pensando em algum dia mandar um email bem franco para todos esses bois (MArco Aurélio, Miranda Sá, Jânio Venal, Luiz Almir, Thaysa Galvão, Alex Medeiros, Cassiano Arruda e outros), com as seguintes peguntas:



1-Qual o preço que eles recebem para defenderem seus patrões?

2-Quanto eles custam para me defender?

Eles me passam a impressão que são um punhado de prostitutas fazendo leilão para a 10 mil torcedores machos do ABC no Frasqueirão, sedentos para afogar o ganso.

Daniel Dantas Lemos disse...

Boa.