quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Por falar em

Por falar em borboletas, meu amigo Cid Augusto escreve texto interessante sobre elas:

Borboletas negras

Janeiro era o mês das borboletas. Vinham aos montes. Negras, enormes, e tomavam conta das paredes e do teto da casa. Ninguém as espantava, talvez por saberem-nas passageiras, talvez porque a residência era pouco freqüentada no período. Todos em Tibau, os meninos pelo menos. Em fevereiro, quando se voltava à rotina escolar, ainda havia muitas delas enfeitando o terraço e a sala, uma ou outra, aqui e acolá, aventurando-se em vôos rasantes.

O que se encontrava no retorno ao lar era, na verdade, a terceira geração desses seres alados, quem sabe a quarta. Sim, pois a borboleta vive em média duas semanas após a metamorfose, na fase denominada "imago", palavra adotada na psicologia para definir aquelas imagens que a pessoa idealiza na infância acerca de alguém querido e que se conservam, intactas, pelo resto da vida, como que congeladas e imunes ao sopro corrosivo do tempo.

Leia mais aqui: Canto de página.

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